A energia necessária para enfrentar um dia cheio de compromissos começa com uma noite de sono de qualidade. Quando o descanso não é profundo, o corpo não se recupera plenamente, a mente desperta cansada e a disposição não acompanha o ritmo das tarefas do dia seguinte. Para quem convive com essa dificuldade, a melatonina tem se destacado como uma aliada natural para dormir.
De fato, segundo resultados divulgados em 2023 pelo Ministério da Saúde, com base em estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 72% dos brasileiros apresentam algum tipo de alteração relacionada ao sono, incluindo insônia e outros distúrbios leves. Enquanto patologia, a insônia pode ocorrer em torno de três vezes por semana e persistir por três meses ou mais, caracterizando-se como insônia crônica. Dessa forma, essa prevalência é influenciada por diversos fatores, como estresse, condições clínicas e questões emocionais.
O que é melatonina e como ela ajuda a melhorar o sono?
Para aumentar a qualidade do sono, muitas pessoas consideram opções que vão desde adotar hábitos mais saudáveis e praticar técnicas de relaxamento até o uso de medicamentos. Nesse contexto, a melatonina tem ganhado maior relevância no dia a dia e em estudos clínicos. Produzida naturalmente pela glândula pineal, situada no cérebro, sua função essencial é a regulação do ritmo circadiano, mecanismo que organiza os ciclos de sono e vigília.
Por sua vez, a suplementação atua como suporte fisiológico. Isto é, auxiliando o organismo a alinhar esse relógio interno às variações de luz e escuridão, o que favorece a indução e manutenção do sono. Portanto, o hormônio atua como um sinalizador para o cérebro de que é "hora de dormir", e não como um sedativo que força o sono.
O processo funciona assim:
- Durante o anoitecer: o corpo aumenta naturalmente a produção de melatonina, sinalizando que é hora de descansar.
- Ao amanhecer: a luz solar inibe essa produção, mantendo o corpo desperto e alerta.
Segundo diretrizes da SBEM, é recomendado ingerir o suplemento de melatonina cerca de uma hora antes do horário habitual de dormir, para maximizar a sincronização com o ritmo circadiano natural.
É seguro usar melatonina para dormir todos os dias?
Essa é uma das dúvidas mais comuns entre quem considera utilizar melatonina para insônia. Pesquisas científicas mostram que a suplementação apresenta perfil de segurança adequado para a maioria dos adultos saudáveis, desde que seguidas as orientações de dosagem apropriadas.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) confirma que a melatonina é eficaz no tratamento de diversos distúrbios do sono. Dessa forma, ela é recomendada para casos de insônia, alterações do ciclo vigília-sono, dificuldade em adormecer, sono fragmentado, mudanças no sono em idosos e distúrbios do sono REM, contribuindo para noites mais restauradoras.
Principais benefícios da melatonina
Os benefícios da melatonina vão além de facilitar o adormecer. Entre eles, destacam-se:
Melhora da qualidade do sono: a melatonina contribui para um sono mais profundo e reparador, aumentando o tempo total de descanso e diminuindo o tempo para pegar no sono.
Regulação do ritmo circadiano: ajuda o corpo a sincronizar o relógio interno com os ciclos naturais de luz e escuridão.
Combate ao jet lag: pesquisas sobre melatonina e sono mostram que a suplementação é eficaz para viajantes que enfrentam mudanças de fuso horário.
Como resultado, noites bem dormidas refletem diretamente em mais energia, maior foco e disposição, além de contribuir para um humor mais equilibrado ao longo do dia.
Melatonina não vicia: durma sem preocupações
É comum que pessoas interessadas em usar melatonina para adormecer questionem se ela pode causar vício. A resposta é tranquilizadora: a melatonina não causa dependência física.
Uma revisão sobre o uso da melatonina confirma que “estudos não relatam dependência física com o seu uso para dormir”. Além disso, a análise "O uso da melatonina na manutenção do sono - riscos e benefícios: revisão integrativa da literatura" reforça que o suplemento se mostrou eficaz na redução do uso de benzodiazepínicos. Ademais, apresenta baixo custo, fácil acesso e boa tolerabilidade, sem registros significativos de efeitos adversos, conclui.
Esses dados são especialmente importantes quando comparamos a melatonina em cápsulas ou gotas com medicamentos para insônia, que podem causar dependência e sintomas de abstinência.
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